por Perilo Borba
Há seis anos, tenho tido a alegria e responsabilidade de lecionar um Módulo na Escola de Ministros Rhema, denominado “Comunicação no Ministério”. Dentre os variados assuntos abordados nas aulas, gosto de motivar os alunos a perceberem a importância de sermos atualizados e de fazermos bom uso, em prol do Evangelho, dos avanços tecnológicos e dos poderosos meios de comunicação que temos hoje em dia.
Costumo pedir para que digam uns aos outros: “Você precisa se modernizar”. De fato, vejo a tecnologia como uma bênção. Não podemos cometer com a internet, por exemplo, o mesmo erro cometido por muitos pastores durante o surgimento e a democratização da TV em nosso país. Alguns, enganados pelo diabo, afirmavam que esse meio poderoso de comunicação em massa era pecado. Talvez, por isso, hoje, a Igreja não consegue horários nobres e exista tantos lixos nas programações dos maiores canais. Afinal, as trevas só saem quando a luz toma o lugar delas.
Neste texto, em específico, quero me dedicar ao uso dos smartphones. Esses dispositivos móveis, os quais antes eram apenas telefones celulares, servem para tantas coisas que, muitas vezes, as ligações são o que fazemos menos com eles atualmente. As facilidades, os benefícios, o baixo custo e o alcance proporcionado por essa ferramenta, bem como o uso corriqueiro por aqueles que desejamos alcançar com o Evangelho, tornam-nos “obrigados” a também utilizarmos.
A questão é: como estamos utilizando-os? Nas aulas, sinto-me responsável também por mostrar os riscos que corremos e os cuidados que devemos apresentar para que a internet seja uma bênção e não um problema. A ferramenta em si, é excelente, mas se mal utilizada, será somente um meio de distração e até de pecado.
O PERIGO DA NOMOFOBIA
Há algum tempo, uma propaganda de TV exibida por uma empresa de carro me chamou muito à atenção. Nela, o personagem sentiu-se como se estivesse nu ao perceber que havia esquecido o seu smartphone em casa. Parece um exagero, mas, infelizmente, para muitos é uma realidade. Da mesma forma que não podem sair de casa sem estarem vestidos, o uso do aparelho tornou-se tão essencial quanto as próprias roupas.
Já há alguns anos, essa dependência recebeu um nome, com origem no Reino Unido: Nomofobia.
A origem do prefixo “nomo” vem dos diminutivos do inglês “No-Mo”, de “No-Mobile”, que significa “sem o dispositivo móvel”. “Fobia” é medo. Logo, “nomofobia” remete ao receio, desconforto ou angústia causados pela falta do aparelho ou do sinal de comunicação do mesmo (Fonte: Wikipedia)
Pode parecer também um exagero, mas muita gente está sofrendo desse mal. Existem muitos nomofóbicos que nem sabem que são e, infelizmente, nas igrejas não tem sido diferente.
Antes da gente continuar falando sobre isso, assista abaixo a este vídeo que é, no mínimo, divertido, mas pode gerar boas reflexões:
https://www.youtube.com/watch?v=IhWm-aMg3qo
Quantos de nós, ao chegar em um lugar público ou restaurante, antes de qualquer coisa, não ansiamos logo por fazer a pergunta: “qual a senha do wi-fi”? Quantas vezes saímos de casa e, propositalmente, pensamos: “Vou deixar meu celular hoje”? Quanto tempo temos passado (ou perdido) nas mídias sociais? Temos tido mais conversas virtuais ou reais (face a face) com as pessoas?
É muito fácil fugirmos dessas perguntas, dando a desculpa de que tudo isso é exagero ou preconceito. Mas, o melhor mesmo é encararmos a realidade e a necessidade de “examinarmos a nós mesmos” diariamente. Afinal, “todas as coisas nos são lícitas, mas nós não podemos nos deixar ser dominados por nenhuma delas” (I Coríntios 6.12-13).
Na minha profissão (jornalista), tenho esse desafio ainda maior (de não me deixar ser dominado). O smartphone é uma das minhas principais ferramentas de trabalho. A internet, o principal meio. Preciso passar grande parte do dia conectado, gerenciando as mídias sociais institucionais, acompanhando e respondendo publicações, reações e comentários na rede.
Até em alguns cultos, como pastor auxiliar e pela extensão do nosso templo, algumas vezes, preciso utilizar aplicativos que proporcionam a comunicação e ajudam no gerenciamento da ordem das programações. Por isso, a minha “luta” é constante para não “misturar as coisas” e acabar distraído e dominado por elas. Já perdi alguns combates, confesso. Porém, tenho obtido algumas vitórias, recentemente, graças a algumas decisões. E creio que terei cada vez mais sucesso nesse “bom combate”.
Há uns meses, decidi que, quando estou livre da “obrigação” ou “da escala”, não usarei mais o smartphone ou tablet na igreja, mesmo que ame o aplicativo da Bíblia e a possibilidade de ler várias versões e fazer notas. Uso agora mais estas poderosas ferramentas nos meus momentos de estudo em casa. Falando em casa, eu e a minha esposa temos procurado nos ajudar e vigiar também um ao outro para que não percamos tempos preciosos de comunhão como casal. Foram decisões particulares que tomei e jamais as quero estabelecer como regras. Mas, elas têm me ajudado nesse autocontrole.
Com certeza você também precisa se ajudar nessa área. Ninguém que tenha um smartphone e esteja inserido em alguma mídia social, está livre ou imune a esta fobia. Minha intenção com este texto é lhe ajudar a se conscientizar de que é preciso se examinar e, principalmente, se prevenir ou (para alguns) se remediar para não ser ou não continuar sendo um nomofóbico.
Por isso, recomendo-lhe a leitura do livro “#NaLuta“, do Rev. Craig Groeschel, da Editora Vida. É top! #FicaDica
Para lhe ajudar ainda mais, seguem links de outros textos com temas semelhantes que já postei aqui no Blog:
Por fim, para alimentar ainda mais essa sua meditação e auxiliar o seu auto exame, assista, abaixo, ao trecho em vídeo de uma pregação maravilhosa do meu pastor, João Roberto Albuquerque, recentemente em nossa igreja, sobre a necessidade de darmos diariamente, no mínimo, “uma parada pra Deus”: